O ativista brasileiro Thiago Ávila está detido em Israel após participar de uma missão humanitária que buscava romper o bloqueio à Faixa de Gaza. Ele fazia parte de um grupo de 12 ativistas a bordo da embarcação Madleen, que transportava medicamentos e alimentos para a região. A ação foi organizada pela Freedom Flotilla Coalition, mas foi interceptada por forças israelenses em águas internacionais — o que o grupo denuncia como ilegal.
Enquanto outros quatro ativistas estrangeiros, incluindo a sueca Greta Thunberg, já foram deportados, Thiago se recusou a assinar os documentos de extradição e permanece sob custódia. O governo de Israel afirmou que, nesse caso, o ativista será levado a um juiz, conforme a legislação local.
Antes de ser detido, Thiago publicou vídeos nas redes sociais alertando sobre a possibilidade de um ataque. Em uma das gravações, ele declarou: “Estamos para ser atacados pelo mais cruel e odioso exército do mundo”. Em outro vídeo, gravado antes da interrupção das comunicações, ele afirmou: “Se você está assistindo a este vídeo, quer dizer que fui detido ou sequestrado por Israel”.
A esposa de Thiago, Lara, fez um apelo público pedindo apoio da população para pressionar o governo brasileiro. “Nós precisamos da ajuda de vocês, que cobrem parlamentares, o Itamaraty, o governo brasileiro”, disse. O casal tem uma filha de apenas um ano.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil exigiu a liberação imediata dos detidos. Em resposta, o governo de Israel ironizou a missão: “A pequena quantidade de ajuda no iate que não foi consumida pelas ‘celebridades’ será transferida para Gaza pelos canais humanitários reais”.
O caso tem gerado repercussão internacional e levanta questionamentos sobre os limites da ajuda humanitária, a repressão a ativistas e o papel dos governos diante de conflitos geopolíticos.


