Laysa Peixoto, jovem mineira natural de Contagem, ganhou notoriedade ao se apresentar como a primeira mulher astronauta do Brasil, com direito a publicações nas redes sociais, fotos em trajes espaciais e até menção na lista Forbes Under 30. No entanto, sua trajetória começou a ser questionada após reportagens revelarem uma série de inconsistências em suas alegações.
Segundo Laysa, ela foi selecionada como astronauta de carreira pela empresa privada Titan Space, com missão prevista para 2029. Ela afirma ter participado de programas educacionais ligados à NASA, como o L’SPACE, e de treinamentos na Advanced Space Academy. Contudo, ela nega ter dito que trabalha para a NASA ou que foi selecionada pela agência americana.
As dúvidas começaram quando a NASA afirmou não reconhece qualquer vínculo com a brasileira. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde ela dizia estudar Física, informou que Laysa foi desligada após não se rematricular em 2023. Já a Universidade Columbia, onde ela afirmava cursar mestrado, disse não encontrar registros dela. Além disso, o nome de Laysa não aparece na lista oficial de tripulantes da Titan Space, e a empresa ainda não possui licença da Administração Federal de Aviação dos EUA para operar voos espaciais.
Em resposta às críticas, Laysa declarou ao portal LeoDias que atualmente estuda no Manhattan College, nos Estados Unidos, e que todas as suas postagens são transparentes. Ela reforça que nunca afirmou trabalhar para a NASA e que sua seleção foi feita exclusivamente pela Titan Space, cuja missão será comandada por um ex-astronauta da agência americana.
O caso levanta debates sobre a responsabilidade na divulgação de conquistas pessoais nas redes sociais, os limites entre marketing pessoal e desinformação, e como figuras públicas podem rapidamente ser alçadas à fama — e ao escrutínio.


