Após ser preso por suspeita de ameaçar o youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, o hacker Cayo Lucas Rodrigues dos Santos negou ser o autor das mensagens, mas admitiu, em depoimento à Polícia Civil, que invadia sistemas do governo e vendia dados de forma ilegal.
Segundo relato registrado na Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, no Recife, Cayo afirmou que chegou a lucrar mais de R$ 500 mil apenas com esse tipo de atividade. Ele foi preso em Olinda por investigadores da Polícia Civil de São Paulo, após ser apontado como suspeito de enviar e-mails com ameaças a Felca. No início de agosto, o influenciador havia divulgado um vídeo-denúncia sobre exploração e abuso de crianças e adolescentes na internet.
De acordo com o depoimento, o hacker tinha acesso a sistemas como o “Polícia Ágil”, da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, o “CadSUS”, do governo federal, e o “Cerebrum”, da Secretaria da Segurança Pública do Ceará. Entre os serviços que oferecia estavam a emissão e revogação de mandados de prisão, alterações em cadastros da Receita Federal e do Sistema Único de Saúde, além de bloqueio e consulta de contas bancárias. Ele também negociava bases de dados pelo Telegram, cobrando valores que chegavam a R$ 50 mil.
A principal fonte de renda, conforme declarou à polícia, era a venda de retirada de mandados de prisão do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Cada alvará de soltura custava cerca de R$ 15 mil, e ele relatou ter expedido mais de 50 documentos de forma fraudulenta. Para acessar os sistemas, utilizava contas de magistrados e burlava mecanismos de autenticação.
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O hacker contou ainda que, durante a prisão, estava acompanhado de Paulo Vinicios Oliveira Barbosa, que também foi detido em flagrante. A polícia informou que o computador de Paulo estava conectado ao sistema da Secretaria de Defesa Social no momento da operação. Cayo disse que o amigo realizava apenas consultas de dados por valores menores, considerados por ele um complemento de renda.
Segundo a investigação, os pagamentos eram feitos por meio de contas de terceiros, que ficavam com parte do dinheiro, ou em criptoativos. O hacker afirmou possuir cerca de R$ 500 mil em criptomoedas, mas o valor foi apreendido pela polícia em junho de 2025.
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