Uma diretora de funerária foi acusada de levar corpos de bebês para casa, após supostamente colocar um recém-nascido morto em uma cadeirinha infantil diante da TV de sua sala.
O Leeds Teaching Hospitals Trust informou que proibiu Amie Upton, 38 anos, de acessar seus necrotérios e maternidades no início deste ano.
De acordo com a BBC, Zoe Ward, mãe de 32 anos, relatou ter encontrado seu filho morto, Bleu, de apenas três semanas, em uma cadeirinha “assistindo desenhos” na sala de Upton. O bebê morreu em 2021 por danos cerebrais no Leeds General Infirmary. Ward afirmou que foi informada de que o corpo de Bleu seria mantido em um “local profissional”, mas ao visitar no dia seguinte, ficou em choque.
“Eu percebi que era o Bleu e ela [Upton] disse: ‘Entra, estamos assistindo PJ Masks’. Havia um arranhador de gato no canto, ouvi um cachorro latindo e outro bebê [morto] estava no sofá. Não foi uma visão agradável”, contou. “Eu liguei para minha mãe dizendo: ‘Isso não está certo’… Eu gritava no telefone: ‘Está sujo, está imundo, ele não pode ficar aqui’. Eu não queria ele naquela casa”, disse Ward, que decidiu retirar o filho dos cuidados da funerária Florrie’s Army, dirigida por Upton.
Outro casal, identificado como Sharon e Paul (nomes fictícios), também afirmou ter confiado o corpo de sua filha natimorta à mesma empresa este ano. Eles disseram que Upton havia se comprometido a levar o bebê a uma casa funerária em Headingley até o enterro, mas descobriram que a criança estava, na verdade, em sua residência, a cerca de oito quilômetros de distância.
“Eu simplesmente não entendi por que ela estava lá”, disse Sharon, alegando que o corpo estava em temperatura incorreta e apresentava “um cheiro forte, como se não tivesse sido conservado adequadamente”. O casal levou a filha de volta a Leeds e transferiu os cuidados para outra funerária.
O Leeds Teaching Hospitals Trust declarou: “Quando tomamos conhecimento das preocupações, implementamos medidas extras em nossos serviços de necrotério, além de protocolos já robustos. Desde 2021 temos medidas específicas de proteção em vigor, incluindo o monitoramento da presença de [Upton] quando visitava pacientes falecidos em seu papel de agente funerária.”
A Polícia de West Yorkshire confirmou que recebeu dois relatos em 2021, mas em ambos os casos “nenhum crime em potencial foi identificado”. Em comunicado, afirmou: “Foram realizadas extensas investigações, explorando múltiplas vias legais e regulatórias, incluindo diálogo com parceiros, mas não houve base criminal. Reconhecemos que as preocupações levantadas aumentaram a dor dessas famílias em um momento já extremamente difícil. Nossos pensamentos permanecem com elas.”
Diante da falta de regulamentação do setor funerário no Reino Unido, um porta-voz do governo prometeu: “Estamos comprometidos em agir para garantir que os mais altos padrões sejam sempre cumpridos pelos diretores funerários e estamos considerando todas as opções para melhorar as normas.”
Upton, por sua vez, afirmou ter recebido apenas duas reclamações em oito anos de atuação.


