O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (21/9) que não permitirá a criação de um Estado palestino, em resposta direta aos governos do Reino Unido, Austrália e Canadá, que recentemente reconheceram a soberania palestina. A declaração também foi direcionada a outras nações que devem oficializar o reconhecimento durante uma reunião convocada por França e Arábia Saudita na ONU nesta segunda-feira (22/9), com a presença do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Netanyahu declarou que reconhecer um Estado palestino após o ataque de 7 de outubro representa uma “grande recompensa ao terrorismo”. Ele reforçou que “nenhum Estado palestino será estabelecido a oeste do rio Jordão” e prometeu expandir os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, o que inviabilizaria a criação de um Estado palestino. Segundo ele, tem resistido à pressão interna e externa para impedir o surgimento do que chamou de “Estado terrorista”.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel também rejeitou a decisão de países ocidentais, classificando o reconhecimento como unilateral e prejudicial à paz, pois pode desestabilizar ainda mais a região e dificultar uma solução pacífica.
O reconhecimento por parte de Austrália, Canadá e Reino Unido representa uma mudança significativa na política externa dessas nações, tradicionalmente alinhadas a Israel. A decisão ocorre em meio à intensificação do conflito na Faixa de Gaza, iniciado após o ataque do Hamas em 2023. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o reconhecimento busca restaurar a esperança na solução de dois Estados. Mark Carney, do Canadá, declarou que seu país apoia um futuro pacífico tanto para Israel quanto para a Palestina. Já Anthony Albanese, da Austrália, destacou as aspirações legítimas do povo palestino.
Portugal também anunciou que reconheceria o Estado palestino neste domingo. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, considerou os reconhecimentos um avanço essencial para uma paz justa e duradoura.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, criticaram a iniciativa liderada por França e Arábia Saudita. Atualmente, cerca de 75% dos países membros da ONU já reconhecem formalmente o Estado palestino.


