Durante discurso na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores de Belarus, Maxim Ryzhenkov, fez um alerta alarmante: o mundo está mais próximo do que nunca de um apocalipse nuclear. A declaração ocorre em meio à intensificação da cooperação militar entre Belarus e Rússia, com destaque para o plano de Moscou de implantar mísseis balísticos Oreshnik — capazes de carregar ogivas nucleares — em Minsk, capital de Belarus.
Ryzhenkov afirmou que o Relógio do Juízo Final marca menos de um minuto e meio para a meia-noite, indicando a iminência de uma catástrofe nuclear. Ele responsabilizou o Ocidente por rearmar-se contra a Rússia e por ameaçar a segurança de Belarus, que faz fronteira com três países da OTAN: Polônia, Lituânia e Letônia. Segundo o chanceler, o país foi forçado a aceitar armas nucleares táticas russas em seu território para garantir sua defesa.
Belarus, governado há mais de 30 anos por Aleksandr Lukashenko com apoio econômico e militar de Vladimir Putin, também abriga mísseis de curto alcance Iskander-M. Uma nova base militar secreta está sendo construída ao sul de Minsk, próxima às fronteiras da OTAN, para abrigar os mísseis Oreshnik. Esses armamentos, segundo especialistas, podem atingir alvos a até 5.500 km de distância e voam a dez vezes a velocidade do som.
O presidente russo Putin, aliado direto de Lukashenko, já utilizou essas armas em ataques à cidade de Dnipro, na Ucrânia, em resposta ao uso de mísseis ocidentais pelo exército ucraniano. Ele também prometeu expandir significativamente o arsenal de mísseis Oreshnik.
A escalada militar ocorre em meio à guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, quando tropas russas invadiram o país a partir do território bielorrusso. A movimentação de armas nucleares para Minsk representa uma ameaça direta à segurança da Europa e aumenta a tensão global, especialmente com a possibilidade de armas nucleares serem usadas em conflitos regionais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o novo posicionamento estratégico da Rússia e de Belarus.


