
Pelo menos 25 pessoas morreram na região de Leningrado, na Rússia, após consumirem vodca falsificada contaminada com metanol, vendida por apenas 90 pence (cerca de R$ 6,30) por garrafa. As autoridades russas confirmaram que exames forenses revelaram níveis elevados ou letais da substância nos corpos das vítimas. A polícia apreendeu mais de 1.000 litros da bebida adulterada e prendeu ao menos nove pessoas envolvidas na produção e distribuição do álcool ilegal.
Entre os detidos está Olga Stepanova, de 60 anos, professora de uma creche, acusada de fornecer a bebida a um homem que a revendeu. A esposa deste homem está entre os mortos. O caso reacende o alerta sobre os riscos do consumo de bebidas alcoólicas caseiras ou contrabandeadas, especialmente em áreas rurais e de baixa renda, onde o preço da vodca legal é considerado alto.
O metanol é um tipo de álcool altamente tóxico, comumente encontrado em produtos de limpeza, combustíveis e anticongelantes. Ele é similar ao etanol – utilizado em bebidas alcoólicas –, mas, ao ser metabolizado pelo corpo humano, se transforma em ácido fórmico, substância que impede o organismo de usar oxigênio adequadamente, podendo causar danos irreversíveis ao sistema nervoso central, cegueira e até a morte. A ingestão de apenas 30 ml pode ser fatal.
Por ser incolor e quase inodoro, o metanol é difícil de ser detectado em bebidas. Ele é frequentemente utilizado por falsificadores para baratear a produção de bebidas alcoólicas, especialmente em destilados produzidos de forma clandestina. A ONG Médicos Sem Fronteiras alerta que o envenenamento por metanol é um problema recorrente em regiões do Sudeste Asiático, mas casos semelhantes têm ocorrido na Rússia com frequência alarmante.
Este episódio lembra tragédias anteriores, como a de 2016, quando mais de 60 pessoas morreram em Irkutsk após consumirem um óleo de banho adulterado com metanol. Recentemente, dois indivíduos foram condenados a quase uma década de prisão por venderem uma sidra falsificada que matou 50 pessoas em 2023.


