O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu um alerta contundente sobre um possível “derramamento de sangue em massa” em Gaza caso o grupo Hamas não aceite um acordo de paz nos próximos dias. As declarações ocorrem no início de negociações cruciais no Cairo, Egito, para tentar encerrar o conflito que já dura dois anos desde o ataque de 7 de outubro, quando 251 pessoas foram mortas.
Trump afirmou que não tolerará atrasos por parte do Hamas e exigiu que as partes envolvidas avancem rapidamente rumo a um cessar-fogo. Segundo ele, a primeira fase do plano de paz proposto pelos EUA deve ser concluída ainda esta semana. O plano, com 20 pontos, inclui o fim imediato da guerra, libertação de todos os reféns israelenses, retirada parcial das forças israelenses da Faixa de Gaza e entrega da administração local a tecnocratas palestinos.
O Hamas aceitou alguns pontos da proposta, incluindo a libertação dos últimos 48 reféns, dos quais apenas 20 são considerados vivos, e a entrega do controle de Gaza a um governo interino. No entanto, o grupo rejeita a exigência de desarmamento e insiste em uma retirada total e imediata das tropas israelenses.
O plano de Trump também prevê a reconstrução de Gaza com ajuda internacional, a criação de uma força de estabilização temporária e o desenvolvimento de uma zona econômica especial. Em troca, quase 2.000 prisioneiros palestinos seriam libertados por Israel.
Apesar do otimismo de Trump, com apoio declarado de Israel, ainda há impasses significativos. O Hamas afirma que o plano favorece os interesses israelenses e exclui os direitos do povo palestino. O presidente americano descartou qualquer papel futuro do Hamas na administração de Gaza, o que é outro ponto de discórdia.
Enquanto isso, os ataques israelenses continuam, com pelo menos 20 mortos em Gaza no domingo, segundo autoridades locais. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pediu que Israel suspenda os bombardeios para permitir a libertação dos reféns e avanço nas negociações.
Caso o plano seja aceito, uma trégua poderá abrir caminho para ajuda humanitária e reconstrução da região, sob supervisão de um “Conselho de Paz” liderado por Trump e com participação do ex-premiê britânico Tony Blair.


