O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o rompimento total das relações diplomáticas com a Venezuela, intensificando a tensão entre os dois países. A decisão foi comunicada diretamente ao enviado especial Richard Grenell durante uma reunião com líderes militares, refletindo a frustração de Trump com a recusa do presidente venezuelano Nicolás Maduro em deixar o poder e com sua suposta proteção a traficantes de drogas.
Trump rejeitou uma carta enviada por Maduro em setembro, na qual o líder venezuelano negava envolvimento com o narcotráfico e propunha negociações. Em vez disso, o presidente americano declarou o fim do diálogo e ampliou a ofensiva militar contra os cartéis, que já vinha sendo conduzida no mar do Caribe com ataques a barcos suspeitos de tráfico. Pelo menos 17 supostos traficantes foram mortos desde setembro.
Agora, o foco se volta para operações terrestres. O Pentágono está posicionando uma força significativa para, se necessário, tomar portos e aeroportos na Venezuela. A ofensiva inclui navios de guerra, um submarino, caças F-35 e mais de 2.200 fuzileiros navais, além de exercícios com forças especiais em Porto Rico e no Caribe.
Trump classificou os cartéis como organizações terroristas estrangeiras, o que lhe permite autorizar ataques letais sem julgamento. Ele também pode usar o Artigo II da Constituição e a Lei dos Poderes de Guerra para manter operações por até 60 dias sem aprovação do Congresso. A estratégia alarmou democratas, que acusam o governo de travar uma guerra secreta.
Maduro, por sua vez, acusa os EUA de buscar uma mudança de regime sob o pretexto do combate às drogas. Ele afirma que Washington quer controlar o petróleo e o ouro venezuelanos, e denuncia que há 1.200 mísseis americanos apontados para o país. O líder venezuelano mobilizou tropas e milícias civis, alegando estar pronto para resistir a uma invasão.
A escalada militar marca o início do segundo mandato de Trump com uma postura agressiva, apostando que os americanos apoiarão ações duras contra o narcotráfico, mesmo frente a críticas legais e diplomáticas.


