A Polícia Federal (PF), com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), realizou nesta quinta-feira (9/10) uma nova etapa da Operação Sem Desconto. A investigação busca esclarecer um esquema milionário de descontos irregulares em benefícios do INSS, tendo como foco o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade associada a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Durante a ação policial, foram recolhidos diversos itens de alto valor, incluindo veículos de luxo como Mini Cooper, modelos da Jeep, uma moto Ducati, um Porsche e um Volvo. Também foram apreendidos cofres, armas, munições e dinheiro em espécie. A PF não revelou a quem pertencem os bens, que serão submetidos à perícia.
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A operação foi deflagrada em oito estados e no Distrito Federal, com o cumprimento de 66 mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As diligências ocorreram em São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no DF.
De acordo com documentos da CGU enviados à CPMI do INSS, o Sindnapi omitiu do INSS a informação de que Frei Chico fazia parte de sua diretoria, o que contraria a legislação. A lei proíbe que entidades com parentes diretos de autoridades públicas em cargos de direção firmem parcerias com órgãos estatais.
Na época em que assinou a declaração de conformidade, em junho de 2023, Frei Chico ocupava o cargo de diretor nacional de Representação dos Aposentados Anistiados. Atualmente, ele é vice-presidente do Sindnapi. A CGU afirma que essa omissão criou uma falsa aparência de legalidade, enganando os órgãos públicos.
As investigações revelam que o sindicato arrecadou aproximadamente R$ 259 milhões em mensalidades entre 2019 e março de 2024. Há suspeitas de uso de dados falsos, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio por meio de contratos com empresas intermediárias.
O Sindnapi declarou, em nota, estar surpreso com os mandados e negou qualquer irregularidade. A entidade afirmou que irá comprovar a legalidade de suas ações. O presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza Filho, foi convocado para prestar depoimento à CPMI do INSS nesta quinta-feira.


