
A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um alerta nesta sexta-feira (22) sobre os graves impactos do aumento das temperaturas globais na saúde e produtividade dos trabalhadores. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o calor extremo representa um risco crescente, especialmente para aqueles que atuam ao ar livre ou em ambientes fechados sem climatização adequada.
As agências destacam que setores como agricultura, construção civil e pesca são os mais afetados. Estudos indicam que a produtividade pode cair entre 2% e 3% para cada grau acima de 20°C. Além disso, os riscos à saúde incluem desidratação, insolação, disfunção renal e distúrbios neurológicos.
De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 2,4 bilhões de trabalhadores — cerca de 71% da força de trabalho global — estão expostos ao calor excessivo. Isso resulta em mais de 22,8 milhões de acidentes de trabalho e quase 19 mil mortes por ano.
A ONU pede ações urgentes e coordenadas para enfrentar o problema, incluindo planos específicos por setor e região. A última diretriz técnica da OMS sobre estresse térmico no trabalho foi publicada em 1969, e especialistas afirmam que a situação se agravou drasticamente desde então devido às mudanças climáticas.
Ko Barrett, secretária-geral adjunta da OMM, afirmou que proteger os trabalhadores do calor não é apenas uma questão de saúde, mas também de economia. Já Joaquim Pintado Nunes, da OIT, alertou que, sem medidas eficazes, o estresse térmico pode se tornar um dos maiores riscos ocupacionais da atualidade.
O relatório reforça a necessidade de investir em estratégias de prevenção, que poderiam evitar perdas humanas e econômicas significativas. As ondas de calor, cada vez mais frequentes e intensas, são atribuídas às mudanças climáticas causadas pela ação humana.


