O caso é um exemplo de gravidez silenciosa, condição em que a mulher só descobre que está grávida em estágios muito avançados ou até mesmo no momento do parto. A ginecologista Michele Egidio, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, explica que, nesse tipo de gestação, os sinais comuns — como ausência de menstruação, enjoos, aumento da barriga ou movimentação fetal — passam despercebidos. Fatores como ciclos menstruais irregulares, síndrome dos ovários policísticos, obesidade ou tratamentos como quimioterapia podem camuflar os sintomas.
A ginecoendocrinologista Lorrainy Rabelo complementa que alterações hormonais também podem estar envolvidas, especialmente quando há longos períodos sem menstruação ou sangramentos confundidos com o ciclo menstrual.
A descoberta tardia pode trazer riscos à saúde da mãe e do bebê. Sem o pré-natal, doenças fetais podem não ser identificadas, e condições da gestante, como a pré-eclâmpsia, podem evoluir sem diagnóstico. Além disso, não se tem precisão da idade gestacional da criança e emergências, como gravidez ectópica, podem ser negligenciadas.
Apesar de rara, a gravidez silenciosa reforça a importância do acompanhamento ginecológico regular. Consultas de rotina ajudam a mulher a conhecer melhor seu corpo, identificar alterações e planejar sua saúde reprodutiva.
Após o susto, Carolina deixou o hospital com um bebê saudável nos braços e passou a compartilhar sua nova rotina como mãe nas redes sociais.


