Ketia Moponda, uma estudante britânica de 19 anos, passou por uma experiência devastadora ao confundir os sintomas iniciais de uma grave infecção com a chamada “gripe dos calouros”, comum entre universitários recém-chegados. O que parecia ser apenas um resfriado evoluiu rapidamente para uma meningite meningocócica com septicemia, uma condição rara e potencialmente fatal que levou à amputação de todas as suas dez pontas dos dedos e ambas as pernas.
O caso ocorreu poucos dias após Ketia começar sua vida universitária em Leicester, na Inglaterra. Em 25 de setembro de 2024, ela começou a sentir-se mal e, em questão de horas, seu estado de saúde se deteriorou de forma alarmante. Incapaz de responder a ligações e mensagens, foi encontrada inconsciente em seu quarto por um colega e seguranças da universidade. Já no hospital, os médicos diagnosticaram septicemia meningocócica, que rapidamente causou falência múltipla de órgãos, queda extrema na oxigenação do sangue e necrose nos membros.
Ketia foi colocada em coma induzido e, ao acordar, foi informada de que precisaria passar por amputações. Em janeiro de 2025, teve as pernas amputadas abaixo dos joelhos e todos os dedos das mãos removidos. Ela também contraiu uma bactéria que destrói tecidos, o que exigiu enxertos de pele.
Apesar do trauma, Ketia mostrou resiliência admirável. Recebeu alta em fevereiro, começou reabilitação em maio com próteses nas pernas e já caminha sozinha em parques. Ela sonha em retomar sua rotina de exercícios e seguir carreira como modelo. “Não vou desistir”, disse. “Isso não me torna menos pessoa. Quero quebrar barreiras e inspirar outros.”
A jovem faz um apelo para que estudantes estejam atentos aos sinais de meningite, como febre, dor intensa, confusão mental e extremidades frias. A doença pode matar em poucas horas se não for tratada rapidamente. Embora existam vacinas para algumas cepas, nem todas são cobertas.
O caso de Ketia é um alerta sobre os riscos da meningite e a importância da vacinação e do diagnóstico precoce. O tratamento e reabilitação de casos como o de Ketia podem ultrapassar R$ 1,2 milhão, considerando custos médicos e de próteses.


