A perturbadora história de Ed Gein, o assassino e ladrão de túmulos que inspirou filmes como Psicose, O Massacre da Serra Elétrica e O Silêncio dos Inocentes, ganha nova atenção com a estreia da série da Netflix “Monster: The Ed Gein Story”. Conhecido como “O Açougueiro de Plainfield”, Gein aterrorizou o estado de Wisconsin nos anos 1950, sendo preso em 1957 após a descoberta do corpo mutilado de Bernice Worden, uma comerciante local, pendurado de cabeça para baixo em seu celeiro.
Durante a investigação, as autoridades encontraram em sua casa uma coleção macabra de restos humanos, incluindo crânios transformados em tigelas, móveis feitos com pele humana e até uma “roupa de mulher” feita com partes de corpos femininos. Gein admitiu ter desenterrado cadáveres de pelo menos nove túmulos, embora tenha sugerido ter violado até 40 sepulturas. Ele escolhia suas vítimas lendo obituários e agia à noite, antes que a terra dos túmulos se firmasse.
Diagnosticado com esquizofrenia, Gein foi considerado legalmente insano e passou o resto da vida internado em instituições psiquiátricas, morrendo em 1984, aos 77 anos. O autor Harold Schechter, que escreveu o livro “Deviant” sobre o caso, revela que Gein teve uma infância extremamente isolada e foi profundamente influenciado por sua mãe autoritária e religiosa, Augusta. Após a morte dela, em 1945, Gein mergulhou em um colapso mental que culminou nos crimes.
Schechter, que pesquisou extensivamente em Plainfield, entrevistando vizinhos, autoridades e psiquiatras, afirma que Gein não era um serial killer típico, mas sim um “assassino necrófilo”, embora sem motivação sexual. Ele também expressou sentimentos ambíguos sobre a nova série da Netflix, lamentando não ter sido consultado, apesar de seu trabalho pioneiro sobre o caso.
A série promete ser um sucesso, e há especulações de que Plainfield, antes traumatizada, possa agora lucrar com o interesse turístico. A casa de Gein foi incendiada antes de ser leiloada, possivelmente para evitar que se tornasse um ponto de visita macabra.


