Uma equipe de resgate finalmente alcançou cerca de 200 alpinistas que permaneciam presos a 4.800 metros de altitude no Monte Everest, após uma nevasca devastadora atingir a região entre sexta-feira e sábado. A tempestade, descrita como anormal para o mês de outubro, surpreendeu centenas de aventureiros nas encostas orientais da montanha, no Vale Karma, lado tibetano do Everest.
Inicialmente, estimava-se que cerca de 1.000 pessoas estivessem presas, mas autoridades chinesas confirmaram que 350 já foram resgatadas. Os sobreviventes estão sendo abrigados na pequena cidade de Qudang, a aproximadamente 48 quilômetros do acampamento base. A operação de resgate, que mobilizou centenas de moradores locais e equipes de emergência, deve ser concluída até terça-feira, embora ainda não haja confirmação oficial.
Os relatos dos alpinistas resgatados destacam as condições extremas enfrentadas. Chen Geshuang, um dos sobreviventes, afirmou que o frio e a umidade tornaram a hipotermia um risco real. Outro montanhista, Eric Wen, disse que choveu e nevou todos os dias, sem que os aventureiros sequer conseguissem avistar o Everest. Um terceiro sobrevivente relatou à BBC que, apesar de experientes, os alpinistas tiveram dificuldade para lidar com a intensidade da tempestade.
A nevasca destruiu barracas e causou casos de hipotermia entre os escaladores. O acesso à área cênica do Everest foi suspenso desde sábado, e uma morte foi confirmada na província chinesa de Qinghai, atribuída à hipotermia e ao mal da altitude.
Do outro lado da fronteira, no Nepal, as chuvas intensas provocaram deslizamentos de terra e enchentes repentinas, bloqueando estradas e destruindo pontes. Esta não é a primeira vez que escaladores ficam presos no Everest. Em 2010, cerca de 2.000 turistas e carregadores ficaram isolados por cinco dias devido às más condições climáticas.
O episódio reforça os perigos crescentes enfrentados por aventureiros em regiões de alta montanha, especialmente diante de padrões climáticos cada vez mais imprevisíveis.


