O Comando Vermelho (CV), considerado o grupo criminoso mais influente do Rio de Janeiro, completa 54 anos de existência. Sua origem remonta ao período da Ditadura Militar, quando presos políticos e comuns dividiam celas em condições desumanas na penitenciária da Ilha Grande, o que incentivou a união entre eles.
++ Segredo revelado: como a IA faz dinheiro pingar na sua conta durante a noite
A facção nasceu dentro do Instituto Penal Cândido Mendes, inicialmente sob o nome de Falange Vermelha. O fundador foi William da Silva Lima, conhecido como “Professor”, que cumpriu mais de 30 anos de pena por crimes como sequestro, extorsão e assaltos a banco. Durante sua prisão, ele se tornou uma figura de liderança entre os detentos e escreveu um livro relatando a história do grupo.
++ Prima de Ana Castela que faleceu em Cuiabá estava esperando bebê
Com o fim da prisão de muitos presos políticos em 1979, os membros do CV passaram a investir em fugas e no fortalecimento do tráfico de drogas, principalmente de cocaína. A atuação da facção cresceu rapidamente, e, em 1985, já controlava cerca de 70% dos pontos de venda de entorpecentes no Rio de Janeiro.
Em 1994, a morte de Orlando Jogador, então líder do CV no Complexo do Alemão, provocada por Uê, resultou na criação da facção rival Amigos dos Amigos (ADA). Com o tempo, o CV passou a enfrentar também o Terceiro Comando Puro (TCP) e as milícias. Uma aliança com o Primeiro Comando da Capital (PCC) chegou a ser firmada, mas foi rompida em 2016.
Hoje, o Comando Vermelho mantém sua posição como o maior grupo criminoso do Rio e o segundo maior do Brasil. Opera de forma semelhante a organizações mafiosas, com envolvimento em diversas atividades ilegais, sendo o tráfico de drogas a principal fonte de renda.
A facção diversificou seu arsenal, fabricando armas no território nacional e utilizando tecnologias como drones em ações armadas. Sua presença se expandiu para o Norte e Nordeste do país, onde muitos criminosos buscam refúgio em áreas sob seu domínio.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o tráfico de cocaína já não é mais a atividade mais lucrativa para o crime organizado. Em 2022, o faturamento com venda ilegal de combustíveis, ouro e cigarros somou R$ 146,8 bilhões, muito acima dos R$ 15 bilhões obtidos com a droga.


